Mundo em rede: aplicabilidades da inovação aberta e o BNDES

Mundo em rede: aplicabilidades da inovação aberta e o BNDES

Mundo em rede: aplicabilidades da inovação aberta e o BNDES

Conforme vamos nos aprofundando no conceito de inovação aberta, descobrimos que ela vai muito além de ser apenas o inverso da inovação fechada — modelo tradicional praticado por grande parte das empresas. E também pode ser extremamente impactante para organizações públicas, como nos exemplos que citarei sobre o BNDES. Para entender melhor o conceito, vamos abordar as ramificações do open innovation, que podem ser divididas em categorias: inbound, outbound e coupled.

Inbound: o termo inbound open innovation se refere à aquisição de tecnologias externas, com a exploração e integração de conhecimentos vindo de fora para melhorar processos internos. O conceito também pode ser aplicado a uma ideia inovadora criada por terceiros para ser transformada de forma que aquela solução gere valor para a empresa. Por exemplo, um novo aplicativo pode elevar os serviços e atendimento de uma determinada companhia.

Outbound: no caminho inverso, a inovação aberta outbound compartilha processos internos com agentes externos. A exploração de ideias e tecnologias de uma determinada empresa é também uma fonte de receita por meio de propriedade intelectual. Ou seja, aquela solução ou ativo pode ser comercializada para parceiros.

Coupled: uma terceira via também pode ser incorporada, a coupled open innovation. Trata-se de um casamento entre duas ou mais empresas. O modelo é um combinado entre o inbound e outbound, onde companhias buscam ideias fora de seus processos internos, mas ao mesmo tempo compartilham informações com outras organizações.

De acordo com um levantamento realizado pela PwC em 2021 com empresas que investem em inovação, 61% delas já estão mudando seu mindset para inovação aberta. Ela agrega valor à marca, promove maior envolvimento dos clientes no processo de desenvolvimento de soluções e gera o que chamamos de customer engagement — aumentando o compromisso dos consumidores com determinada companhia.

Aplicabilidade

Na teoria, fica fácil compreender o conceito de inovação aberta. Contudo, existem algumas maneiras interessantes de colocar a metodologia na prática. Estabelecer um programa de ideias é uma alternativa para envolver todos os colaboradores da empresa no desenvolvimento dos negócios. Tivemos no passado recente o IdeaLab do BNDES, que trouxe excelentes contribuições para a estratégia do banco, e teve como vencedor o projeto de aceleração de empresas da instituição, o BNDES Garagem.

Outro fator de alto valor é agregar stakeholders externos, como fornecedores e clientes. Firmar parcerias de negócio com organizações que muitas vezes estão engajadas em criar soluções disruptivas e novas. Esses relacionamentos podem ser estabelecidos de diferentes maneiras, Corporate Venture, apoio a startups em estágio inicial e até mesmo em acordos comerciais.

Outra amostra clara são as ações promovidas pela nossa área de mercado de capitais do BNDES, lideradas pelo diretor Bruno Laskowsky. Nossos fundos de investimento são geridos por empresas com notório saber nesse tipo de operação, escolhidas por chamada pública.

Um terceiro exemplo interessante é o fundo Criatec de investimento em participações em MPME inovadoras, nos quais a BNDESPAR é a principal investidora. O trabalho conjunto entre gestores, empresas e o banco deu tão certo que o programa está rodando sua 4ª edição e já apoiou aproximadamente 100 organizações, com o desenvolvimento de mais de 1 mil soluções novas. A frase ”a união faz a força” nunca foi tão atual.

Outra iniciativa relevante é a atuação de nossa diretoria de privatizações e concessões, encabeçada pelo diretor Fábio Abrahão e idealizada por nosso presidente, Gustavo Montezano. Dentre diferentes ações, foi criado um grande hub de projetos de infraestrutura, saneamento, florestas e mais 15 setores.

De um lado, disponibilizamos os projetos que o banco está estruturando e os perfis setoriais, com os principais aspectos de cada um desses segmentos. Do outro, organizamos uma rede de investidores — com curadoria do BNDES — onde empresas interessadas podem aumentar sua carteira de contato e criar novas oportunidades de investimento.

Qual o resultado disso aliado a outras iniciativas? Em menos de três anos, o BNDES se tornou o maior estruturador de projetos de infraestrutura do mundo. Sim, do mundo. Com muita felicidade posso afirmar que estamos no caminho certo para nos tornarmos a grande multiplataforma de desenvolvimento do país, levando a inovação aberta a outro patamar no Brasil.

É claro que a alternativa escolhida vai depender dos objetivos e necessidades de cada empresa. Ainda existem outros meios de compartilhar informações, e novos modelos de negócio surgem o tempo todo. Hackathons, eventos, crowdsourcing, cocriação são alguns exemplos de vias para implementar o open innovation.

Vale destacar que os tomadores de decisão das empresas precisam estar atentos à importância da inovação aberta. Criar comitês de aprovação de novas ideias, bem como estruturar campanhas internas direcionadas a determinadas soluções são meios de descentralizar a gestão. Dar maior autonomia a gerentes e supervisores, além de desenvolver programas de incentivo para colaboradores inovadores são modelos com grande potencial.

Qual método faz mais sentido para a sua empresa? Como a gestão abre espaço para os colaboradores contribuírem no processo de inovação? Já pensou em se associar ao BNDES em alguma de nossas iniciativas de inovação aberta?

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